segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Crepúsculo e Lua Nova


Quando eu era criança insistia para assistir filmes de terror junto com meus primos mais velhos. Apesar dos conselhos de minha querida Tia Alice (mãe 2) que me dizia que se assim o fizesse não conseguiria dormir a noite, parece que a curiosidade sempre era maior que o medo, afinal de contas todo mundo falava das forças do mal, de “visagens” e da atuação do diabo, e eu queria de alguma maneira entender um pouco melhor o que isso significava. Pois bem, tudo acontecia como dito pela Tia Alice, eu assistia os filmes, me borrava de medo e não conseguia dormir de noite... mesmo dormindo junto com ela, dormir sozinho nem pensar.

Esse era um tempo onde a face do mal era explícita a quem a olhasse, onde os monstros (lobisomens ou vampiros) não tinham nada de bonzinhos e nem eram personagens de romances. Uma época onde ficava claro a divisão entre as forças do bem e as forças do mal. Um período onde a alma dos seres humanos era o motivo dos esforços e planos do “lado negro da força” (como diria Darth Vader).

Quando assisto as recentes produções envolvendo os monstrengos antes tão temidos (vampiros e lobisomens) vejo lances e movimentos escondidos que me preocupam. Em primeiro lugar a diferença entre o bem e o mal fica cada vez menos visível. Parece que o mal não é tão mal assim e que o bem não possui as mesmas “virtudes” dos amaldiçoados. É totalmente non sense mas isso de alguma maneira desperta uma curiosidade e uma sedução diferente nas pessoas (principalmente nos teenagers).

Além disso temos o fator beleza. O mal nunca foi tão belo e sedutor como agora. Que o digam as adolescentes perdidamente apaixonadas por lobos sarados e vampiros modelos. Há aquelas que não se preocupariam nenhum um pouco em entregar até mesmo a sua alma para passar a eternidade ao lado deles... e esse é efetivamente o enredo da série, uma “Bella” jovem disposta a tudo para ficar com seu amado, nem que isso signifique abrir mão do que lhe é mais precioso, sua alma.

Tempos modernos, o que antes me causava pesadelos, hoje é motivo de sonhos sedutores para as meninas e a razão da moçada se entupir de esteróides para ficar com a barriguinha sarada do Jacob.

Prefiro não dormir a noite mas ter a certeza que o mal ainda é mal.

Ironicamente não viam beleza alguma no carpinteiro e Ele era a expressão máxima do bem. Graças a Deus Ele já comprou a minha alma e eu não posso entregá-la a mais ninguém.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Na banguela

Se você se identificou com o título deve ser “das antiga” ou então fã do Roberto Carlos. E apenas para constar (para aqueles que não conhecem o termo) não estou fazendo nenhuma menção a uma senhora desprovida de dentes.

Final de ano chegando temos o costume de ir “na banguela” nesses últimos dias. Ponto morto total. O que podia (ou devia) ser feito já foi, agora não adianta mais nada a não ser aguardar o bendito ano novo e ver o que conseguimos nos próximos 365 dias.

Se há uma coisa que não podemos reclamar é o fato de que o tempo é igual para todos. Não existem dias de 24 horas para uns e de 25 para outros. Cirurgias plásticas e tinta para os cabelos não fazem o tempo parar, embora possam dar a impressão que sim. Pode ter a certeza que os dias de 2009 foram distribuídos de forma equânime para todo mundo. Alguns usaram o seu pedaço de maneira produtiva e outros não, paciência, poder de escolha, essa é a vida.

Quanto a mim termino o ano muito satisfeito e grato a Deus por tudo o que rolou.

Agora vou pegar carona no caminhão do João e usar o meu quinhão de tempo nesse final de ano “na banguela”.

Se vale o conselho, faça o mesmo... até Deus descansou.

“Blogueamos” mais em 2010 se Deus quiser. Fiquem com Ele.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Do Dó ao Si


Quem teve a brilhante idéia de combinar frequências que seriam diferentemente percebidas pelo ouvido humano?

Em qual mente foi construída a noção de que algo que não podemos tocar nos tocaria de maneira tão especial?

Quem imaginou que sons teriam o poder de inspirar, acalmar, instigar, de emocionar?

Quem sugeriu que vozes, sopros e batidas seriam canais de proliferação desses sinais?

Porque somente 7? Quem pensou que poderia caber tanta coisa num intervalo tão pequeno?

Quem deu a dica que a multiplicação de 7 colocaria em escalas uma percepção de grave e agudo?

Me diga quem foi o responsável pela criação do estoque inesgotável de matéria prima para os compositores?

Quem disse que os caminhos que poderiam ser criados utilizando 7 ladrilhos produziriam trilhas imensas?

Quem por um momento percebeu que nesses caminhos andariam nossos sentimentos e emoções?

Quem decidiu quebrar o silêncio eterno e colocar sons em nossas vidas?

Como o ar ficou sabendo que ondas caminhariam através dele até atingirem corações?

Que ser bondoso criou uma linguagem universal na confusão de tantas línguas?

Quem será o autor de tudo isso?... com certeza é um artista.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Nasceu hoje


(*) Escrito para o especial de Natal IEAD Fazendinha

Nasceu ontem o meu desejo de ser como Deus.
Nasceu ontem minha intenção de conhecer o bem e o mal.
Nasceu ontem a minha vontade de ir e vir sem dar satisfação à ninguém.
Nasceu ontem o meu desejo de ser maior que todos.
Nasceu ontem a minha estranha vontade de olhar apenas para mim.
Nasceu ontem minha ânsia de viver apenas para saciar meus desejos.

Nasceu hoje um menino.
Nasceu hoje a esperança.
Nasceu hoje a salvação.

Morreu ontem um homem... Nasceu hoje um novo EU.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Natal sem graça


Não está adiantando. Mesmo falando, pregando e insistindo a cada ano que passa o Natal fica mais sem graça. Por mais que se faça não estamos conseguindo deixar de banalizar a data, o momento, a oportunidade. Se você dúvida do que estou falando comece a prestar atenção nas filas para entrar no shopping center a partir de hoje.

Oh não!! Você é daqueles que fica nervoso com a fila do shopping?? Então você já se perdeu. O natal está começando a ficar sem graça para você também.

“Meu Deus, quando vou ter tempo para comprar todos os presentes? Será que vou conseguir pagar as contas e ainda comprar tudo o que preciso com o décimo terceiro? Ahh... acho que ele/ela vai entender, esse ano não vou conseguir presentear todo mundo... só vou comprar presentes para as crianças. Será que vai caber tudo na geladeira? O preço do peru está pela hora da morte (principalmente do peru)”.

Também existe a turma depressiva: “Não gosto do natal, fico triste nessa época.”. Já ouviu isso?

Tudo bem, você pode dizer: “Grande novidade que você está falando (escrevendo). Todo ano, todo mundo fala isso.”. É verdade, até isso já está ficando sem graça. Todo ano a mesma coisa: vamos lembrar de Jesus, o aniversariante... já não vejo mais presépios... na minha época não era assim... blá, blá, blá e blá.

Então vamos seguir para o processo mais humano que pode existir, vamos achar o(s) culpado(s) pelo natal cada vez mais sem graça. Algumas pistas iniciais: as multinacionais do consumo correndo atrás dos lucros; a pós-modernidade; o marketing; nós (os consumistas inveterados); a teologia da prosperidade; o papai Noel; o pessoal do trabalho que não passa sem um amigo secreto; aquele parente que fica chateado se não ganhar nem uma lembrancinha; as crianças que esperaram o ano todo para ganhar o presente; e outras tantas possibilidades.

Interessante, estou olhando a lista de suspeitos e acho que temos bem mais de um culpado. Será que existe alguém inocente nisso?? Não enxergo nem um justo sequer.

A culpa do Natal sem graça sem dúvida não é de Jesus. A graça só foi possível por causa Dele. Todo natal sem Jesus é um Natal sem graça... uma verdadeira desgraça!!

Toda vez que damos algo para o João falamos logo em seguida: “E o quê você diz agora filho?”, ele responde: “Obrigado pai, obrigado mãe.”... Experimente trocar todas as “tradições natalinas” por um simples OBRIGADO sincero à quem de direito. Te garanto que não vai faltar GRAÇA no seu final de ano.

Um feliz natal cheio de GRAÇA para você.

P.S.: Caso a mensagem não tenha surtido o efeito esperado, segue a mesma dica sem graça de sempre: “Vá ao shopping o quanto antes porque depois fica uma loucura. Brasileiro deixa tudo para última hora.”