terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um instante

O exato instante entre o passado e o futuro se chama presente e sem analisar a fundo a etimologia da palavra só me atento ao significado mais comum dela, “presente”.

Analisando todos os tipos de presentes que são perdidos cheguei a algumas conclusões. Me dei conta que mesmo presentes sem serventia aparente servem de lembrança das pessoas que o presentearam. Que presentes caros nem sempre são os mais desejados. Que presentes baratos as vezes possuem valores inestimáveis. E principalmente que ao contrário de outros o tempo é o único presente que não permite trocas, ele sempre vem ajustado ao seu tamanho, as suas aspirações, a soma do seu passado e a estatura dos seus sonhos e desejos futuros.

Olhando deste ângulo talvez você concorde comigo que muito pouco do nosso tempo, ou do nosso presente pode ser perdido. Ele só se perde quando vivemos querendo trocá-lo, ou seja, ao invés de aproveitar o presente dado, nos imaginamos vivendo um outro presente.

Te convido a rotular o seu presente, ou os seus presentes por assim dizer, da seguinte maneira: caros e baratos. Tente colocar todos eles nas divisões de horas, dias, meses e anos e separar caros e baratos. Veja se você consegue fazer relação entre os caros sendo aqueles que você gostaria de ter ganhado e os baratos como aqueles que você não faria tanta questão assim. O curioso neste exercício é que os nossos presentes mais caros (ou aqueles em que o nosso preço hora do tempo são mais elevados) são aqueles que, quase sempre, gostaríamos de trocar e os ditos mais baratos são aqueles mais preciosos, aqueles que não trocaríamos por nada neste mundo.

Agora o convite é para pensar no presenteador. Nenhuma das discussões acima tem sentido quando a ingratidão entra em cena. Eu nunca vi ninguém ganhar um presente, por mais ridículo que seja e não agradecer. Nós, por outro lado, além de não agradecer ainda queremos trocá-los a todo o momento. Sejam eles caros ou baratos o fato é que são presentes. Foram dados gratuitamente a você. Gratuitamente não significa que eles não custaram nada, muito pelo contrário.

Não podemos reclamar dos prazos de validade dos nossos presentes uma vez que não existe ninguém mais agraciado por presentes do que todos nós. Você pisca o olho e lá vem mais um.

A maior dificuldade para nós seres humanos é tentar imaginar Deus atemporal. Ao contrário dos nossos instantes pressionados entre o passado e o futuro no instante Dele habita toda a eternidade. Ele a separou em pequenos pedaços e nos presenteia com um pouco todos os dias, seguindo a máxima de que notícia boa é dada aos poucos.

O que desejo para todos vocês em 2011 é que aproveitem todos os instantes dele e que a somatória dos seus “presentes”, sejam eles caros ou baratos, se converta em gratidão a quem os presenteou, nem que seja por um instante.

Muito obrigado pelas visitas, emails, comentários e o incentivo de sempre. Que Ele nos permita “bloguear” muito mais em 2011.

Um grande abraço.


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