Como não devo ser diferente da maioria ainda me lembro dos desenhos animados que eu assistia na minha infância. Um deles até hoje me vem a mente toda a vez que eu tenho que fazer alguma escolha importante. O desenho era do Pluto (o cachorro do Mickey Mouse). A história era a do gatinho recém-adotado pelo seu dono e que de alguma maneira colocava em risco todas as regalias conquistadas pelo cachorro até então. O ciúme aos poucos ia tomando conta do cachorro todas as vezes que ele via o novo hóspede receber atenção e carinho do seu dono. Isso acontece até o momento que o gatinho cai em um poço, aí começa o duelo de consciência do Pluto. Repentinamente lhe aparecem o Pluto anjo e o Pluto demônio. Cada um com seu argumento para salvar ou não salvar o gatinho.
Alguns poderiam argumentar que o processo é perfeitamente explicável através de duas palavras: tentação e resistência. O demônio está sempre dando a dica errada e o anjo (Espírito Santo) te aconselhando a resistí-la. Algo parecido com o que Paulo disse: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Rm 7:18-19). Ou seja, temos uma queda pela dica errada.
Mas acho que tem saída para o problema. A dica errada parece certa. Assim sendo, se já sei que a dica errada é a que mais parece certa então é só optar pela que parece errada. Certo?... humm, não sei. Acho que posso me confundir na hora e optar pela errada que mais parece certa e pensar que a certa era a errada ou vice-versa. Tudo é muito rápido... “sem querer” posso escolher o errado pelo certo. Que confusão.
Na realidade o difícil é escolher a favor daqueles que na minha visão estão atrapalhando, estão incomodando, estão jogando contra e puxando meu tapete. A lógica joga a meu favor nesses momentos. Toda decisão que me beneficia parecer ser a escolha correta e ninguém em “sã” consciência me condenaria por isso. Só estou me preservando, nada mais. Mas pela ótica divina o certo aos nossos olhos nem sempre o é aos olhos de Deus.
No desenho o Pluto acaba resistindo a tentação de deixar seu “inimigo” morrer afogado e mesmo correndo o risco de ter que dividir suas regalias o salva. O resultado é um novo e bom amigo cheio de gratidão.
Acho que Jesus quis dar essa dica quando disse: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;”
Parece uma dica errada mas não é.
Mas que as vezes dá vontade de afogar uns e outros, isso dá – bem disse Paulo. O segredo é resistir e ver a dica errada (que parece certa) fugir de você (de nós).
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