quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Diga-me como andas e te direi quem és


O jeito de uma pessoa andar revela muito sobre ela. Pelo menos é isso que alguns antigos americanos diziam. Sempre que viam alguns folks caminhando com as pernas um pouco abertas falavam com certeza que o camarada era um vaqueiro (um cowboy).

Hoje em dia não é só pela forma de caminhar que conseguimos adivinhar as preferências e o estilo de vida de algumas pessoas. Podemos observar médicos e enfermeiros vestindo branco; “Maurícios” e “Patrícias” na última moda; skatistas com suas cuecas a mostra; metaleiros com seus cabelos nem sempre bem lavados; surfistas com suas pranchas na Parati; e os cowboys e cowgirls modernos que mesmo sem nunca terem montado num cavalo usam suas calças justas, chapéus e cintos fivelados.

O meu caso por exemplo, 35 anos, com alguns quilos a mais e com um problema sério no joelho operado... você logo faz a ligação: um (ex)craque do futebol (arte). Ou você ainda não notou que só os craques tem problemas no joelho? Resultado de muitos dribles e faltas dos adversários (os “João” como Garrincha costumava chamar os zagueiros). Tá bom, concordo, não foi lá um grande exemplo.

Se você já leu alguma carta do apóstolo Paulo vai ver que ele falou muito sobre a forma do cristão andar. É claro que o “andar” aqui não significa o jeito físico mas sim os comportamentos, atitudes e a conduta de vida que distinguem aqueles chamados de cristãos. De acordo com Paulo, se você anda como um cristão, as pessoas o identificam como tal a milhas de distância, ou seja, mesmo sem serem seus íntimos amigos reconhecem em você alguma coisa diferente. Um “jeitão diferente”.

Até que não é tão difícil frequentar lugares, participar de grupos, sentir coisas, estudar diligentemente, ler a bíblia e orar. O difícil é “andar” de um jeito diferente, um jeito que as vezes parece loucura.

Mas não há como ser reconhecido por coisas que você sente mas apenas por coisas que você faz. Dizer que sente amor pelas outras pessoas mas não expressá-lo de nenhuma maneira não caracteriza esse “jeitão diferente”.

Por todos esses motivos tomo a liberdade de não concordar com um dos conceitos mais arraigados do coletivo social, a célebre frase “diga-me com quem andas e te direi quem és”.

Para seguirmos esse conceito teríamos que concordar que o Mestre (só Ele pode ser chamado assim) andou nesse mundo cercado das mais altas autoridades, de homens e mulheres ilibados, de pessoas castas e puras (santas e santos), dos políticos mais honestos, dos juízes e militares mais justos, dos mais tolerantes, humildes, sábios... e por fim das pessoas mais amorosas da face da terra.

Agora, se me lembro bem não é isso que está registrado nas escrituras... só se Mateus, Marcos, Lucas e João tenham se enganado na hora de transcrever com riqueza de detalhes as pessoas com quem Ele andava.

Como bem criticou Gandhi – que acreditava nos ensinos de Jesus mas menosprezava o cristianismo porque seus seguidores definitivamente não O imitavam – nossas ações devem espelhar as de Cristo. Precisamos parar de olhar com preconceitos para as pessoas e adotar uma postura de separação. Nosso papel deve ser o contrário disso, devemos estar dispostos a andar junto um dos outros, principalmente dos que mais necessitam.

Uso aqui (de novo) a frase de Francisco de Assis: “Pregue o evangelho sempre e quando necessário use palavras”.

Não podemos ser definidos pelas pessoas que nos rodeiam, mas como nos portamos no meio delas e para elas.

Então... Diga-me como andas e te direi quem és. Nesse conceito eu acredito.


5 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Del voç é o CARA....Ki Deus continue te abençoando sempre!!!!

Adeildo Nascimento Filho disse...

Valeu Anna. Que Ele NOS abençoe.

Unknown disse...

Aprendi um certo dia na escola dominical que somo luz para brilhar no meio da escuridão. Temos que fazer a diferença por onde passares, curiosamente o professor da escola dominical era vc. Parabens pelo seu talento que Deus continue te usando.

bom final de semana!

Inara Pilatti disse...

Vc sempre inspirando. Obrigada pelas palavras certas na hora certa.

Adeildo Nascimento Filho disse...

Obrigado pelos coments Adna e Inara.