terça-feira, 9 de março de 2010

Ele morre - final

Talvez o que você esteja esperando desse texto seja o final apoteótico da história, então das duas uma: ou você ficará contente (no mínimo satisfeito) com o final ou vai querer me encontrar na próxima esquina para termos um acerto de contas pelo seu tempo perdido. Paciência, finais são assim e eu assumo minha responsabilidade como autor da história.

O ponto é exatamente este. O final da história pertence ao seu autor e é ele quem o decide, queira você goste ou não, e se fosse diferente as histórias perderiam a sua essência, a sua graça, o seu encanto.

O que chama atenção nessa história que estou contando é que o personagem principal já sabia que ele morreria no final. A cena toda, o jeito e a forma da morte já estavam escritos pelo autor. A decisão de morrer pelos seus inimigos já havia sido tomada na eternidade e o personagem em total servidão ao autor seguiu o roteiro na íntegra.

Mas uma coisa é verdade, os bons autores dão vida aos seus personagens. Após criados e assumindo os seus papéis no desenrolar da história, os personagens começam a interagir com o autor e de alguma maneira começam a se responsabilizar pelas cenas seguintes como se o improviso fosse idéia deles (personagens) e não do autor.

Se é verdade que há um autor em nossa história também é bem verdade que com o passar do tempo assumimos a responsabilidade pelos nossos improvisos em cena. Eu podia chamar isso de livre-arbítrio mas alguns achariam muito formal e careta, então chamo de improviso humano.

Naquele momento da morte, o improviso humano Dele coincidiu com o roteiro do autor e esse fato mudou para sempre as histórias que seriam contadas no futuro. A partir daquele dia quando o nosso improviso (livre-arbítrio) coincide com o roteiro original do autor de nossas vidas o final é extendido até a eternidade.

Ele morre para que a nossa morte não seja o fim, só mais um capítulo.

Nunca pensei que ouviria uma história onde o herói morre no final (por vontade própria) e isso não causa tristeza e sim gratidão. E essa é, de longe, a melhor história que eu já ouvi.

Fim... ou não, só depende do seu improviso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Seus textos sempre me levam a refletir, e acho que
esta é a tua intenção, portanto mano, na minha vida
suas mensagens tem surtido o efeito esperado.

Que Deus continue a te usar e que vc continue a
entender os propósitos Dele pra sua vida.
Deus te abençoe mano, cada vez mais.

Marcos Siqueira

Adeildo Nascimento Filho disse...

Valeu mano. Seguimos juntos.