terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vida súbita

Se você já roeu as unhas assistindo a algum jogo que vai para a prorrogação e que será decidido ao primeiro gol, você sabe o que significa o termo “morte súbita”.

Não são poucos os que criticam ferozmente esse tipo de decisão esportiva. Com um único gol o adversário é eliminado subitamente. De nada vale todo o esforço durante a partida e não importa se ainda restam muitos minutos para que a prorrogação acabe. A morte chega tão rápido quanto um chute em direção ao gol.

Talvez a mesma crítica que se faz a “morte súbita” seja a feita a “vida súbita”. É extremamente difícil aceitar que todo o passado possa ser apagado – “como pode um time que jogou melhor durante todo o tempo ser eliminado por apenas um gol?” – ou – “como pode alguém com um histórico de derrotas e falhas ser salvo ou santificado de uma hora para outra?”.

Da mesma forma que é difícil aceitar situações súbitas também é comum vivermos numa meritocracia constante, ou seja, você só ganhará se fizer por merecer. Daí nascem toda a sorte de enganos espirituais que vemos hoje: A graça salvadora não pode ser simplesmente aceita, é precisa fazer por merecê-la... triste engano.

Houve uma pessoa que no momento da sua morte, crucificado, olhou para o lado e acreditou que poderia ter “vida súbita”. Ele chutou em direção à ela e fez um gol de placa. Aquela foi a prova definitiva que misericórdia não se merece, do contrário não seria misericórdia e sim mérito.

De lá para cá passamos a ter vida. E como a conquistamos? Subitamente... apenas dizendo: “Eu Te aceito” (com “T” maiúsculo).

Abraço

Nenhum comentário: